Programa de descontos de carros populares conta com 32 modelos; Renault Kwid e Fiat Mobi lideram lista divulgada pelo governo, com descontos de R$ 8 mil (teto do programa)
Na quarta-feira (14), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio de Serviços (MDIC) divulgou as 11 montadoras e 31 modelos (em 232 versões) que aderiam ao programa de descontos para carros “populares” lançado pelo governo federal em 5 de junho.
No entanto, é preciso ter cautela e tirar todas as dúvidas para um possível financiamento para a compra de veículos novos, destaca O Solucionador, empresa especializada em negociação bancária.
Programa de descontos de carros populares
Além disso, o anúncio do governo conta com apenas “nove montadoras”, mas o MDIC considerou Fiat e Jeep como uma única montadora e Peugeot e Citroën também como uma. Sendo assim, na prática, são 11 marcas participantes.
Todavia, vale destacar que as quatro montadoras mencionadas fazem parte do grupo automotivo Stellantis. Por outro lado, juridicamente ainda são duas empresas e CNPJs diferentes: a FCA Fiat Chrysler, que inclui a Jeep, e PSA Peugeot Citroën, conforme a assessoria do grupo explicou ao InfoMoney.
31 modelos
O MDIC divulgou 31 modelos, considerando o Toyota Yaris e sua versão sedã como apenas um carro. No entanto, na prática, são dois veículos diferentes. Sendo assim, são 32 modelos ofertados, conforme a lista abaixo.
Montadoras
As montadoras de carros que aderiram ao programa são:
- Renault (Kwid, Sandero Stepway, Logan, Duster, Oroch)
- Volkswagen (Gol, Polo, Virtus, T-Cross, Saveiro)
- Toyota (Yaris, Yaris Sedã)
- Hyundai (HB20 e HB20S)
- Nissan (Kicks)
- Honda (City)
- GM/Chevrolet (Onix, Onix Plus, Spin, Montana, Tracker)
- Fiat (Mobi, Argo, Cronos, Strada, Pulse, Fiorino, Fastback)
- Jeep (Renegade)
- Peugeot (208, 2008, Partner Rapid)
- Citroën (C3 e C4 Cactus)
A lista de 31 modelos e 232 versões é dinâmica. Ou seja, as montadoras podem a qualquer momento incluir outros modelos, mas desde que comuniquem o MDIC.
A planilha que o governo compartilhou oferece marca, modelo, pontuação no programa e desconto concendido pelo patrocínio federal — sendo o maior desconto R$ 8 mil, teto do programa, para uma versão do Renault Kwid e três versões do Fiat Mobi. Entretanto, a maioria das montadoras ofereceram descontos extras por conta própria, segundo o InfoMoney antecipou, e os descontos, na prática, chegam a R$ 14,5 mil.
Recursos solicitados
No comunicado, o governo explicou que todas elas solicitaram inicialmente o máximo de recursos permitidos no momento de adesão ao programa.
“Ou seja, R$ 10 milhões cada uma, sendo que seis delas (Volks, Hyundai, GM, Fiat, Peugeot e Renault) já pediram crédito adicional de mais R$ 10 milhões.”
Já a soma (R$ 150 milhões), incluindo os créditos adicionais solicitados, representa 30% do teto de R$ 500 milhões que poderão ser usados pelas empresas como crédito tributário para venda de carros mais baratos.
O ministério diz ainda que na medida em que usarem os montantes solicitados, as montadoras podem pedir créditos adicionais. Essa possibilidade se esgota quando o teto de R$ 500 milhões for atingido.
Programa de descontos
No caso dos carros, os descontos variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil para modelos de até R$ 120 mil (entre 1,6% e 11,6% do valor “antigo”). A porcentagem da queda acontecerá conforme o cumprimento das 3 variáveis (veja aqui como calcular o desconto do veículo a partir dessas variáveis):
- social (menor preço);
- ambiental (maior eficiência energética – nível de emissão de carbono);
- “densidade industrial” (porcentagem das peças que foram produzidas no Brasil).
Desconto vai afetar também os usados (e a bolsa)
Segundo especialistas, o programa do governo deve ter impactos não só no mercado de carros 0 km, mas a queda nos preços deve também baratear os carros usados. Eles dizem ainda que a medida deve aumentar o leque de opções de usados para o consumidor e fomentar a competição entre novos e seminovos, possibilitando uma maior barganha na negociação.
O mercado acionário também já sente a influência dos descontos. É o caso da Localiza (RENT3), por exemplo, que prevê um impacto entre R$ 575 milhões e R$ 650 milhões (antes de impostos) nos resultados do segundo trimestre. O efeito representa entre 1,3% a 1,5% do valor da frota da empresa no final do primeiro trimestre.
Créditos tributários
O programa para a renovação da frota será custeado por meio de créditos tributários (descontos concedidos pelo governo aos fabricantes no pagamento de tributos futuros). Em troca, a indústria automotiva se comprometeu a repassar a diferença ao consumidor.
Foram destinados R$ 1,5 bilhão à medida, em que R$ 700 milhões são créditos tributários para a venda de caminhões; R$ 500 milhões, para carros; e R$ 300 milhões, para vans e ônibus.
Por fim, para compensar a perda de arrecadação, o governo vai reverter parcialmente a desoneração sobre o diesel, que vigoraria até o fim do ano. Com isso, R$ 0,11 dos R$ 0,35 de PIS/Cofins que estão zerados serão reonerados a partir de setembro.
*Foto: Reprodução/Pixabay (Ernesto Rodriguez – pixabay.com/pt/photos/farol-luz-autom%C3%A1tico-lumin%C3%A1ria-3395306/)