Missão Voyager completa 45 anos: lançamento ocorreu em 1977

Missão Voyager

Missão Voyager abrange naves gêmeas e é considerada a missão de mais longa duração da NASA

A missão Voyager, da NASA, acaba de chegar à marca de 45 anos no espaço. Lançadas em 1977, as naves gêmeas são a missão de mais longa duração da agência espacial, e estão explorando uma região onde nenhuma outra missão já esteve: o espaço interestelar, a área fora da bolha protetora criada pelo campo magnético do Sol e vento solar conhecida como “heliosfera”.

Missão Voyager

A missão Voyager 2 foi lançada em 20 de agosto de 1977; já no dia 5 de setembro daquele ano, foi a vez da Voyager 1 ir ao espaço. Ambas viajaram até Júpiter e Saturno — apesar de ter sido lançada depois, a Voyager 1 estava se movendo mais rapidamente, e chegou aos planetas antes de sua “irmã”. Juntas, elas coletaram muitas informações sobre os maiores planetas do Sistema Solar e suas luas.

Além disso, enquanto a Voyager 2 estava sobrevoando Urano e Netuno no fim da década de 1980, a Voyager 1 seguiu viagem rumo à fronteira da heliosfera; ela a deixou em 2012, e mostrou que a heliosfera bloqueia 70% dos raios cósmicos altamente energéticos. Depois de finalizar a exploração dos planetas, a Voyager 2 seguiu e saiu da heliosfera em 2018. Juntos, os dados das sondas desafiaram o que os cientistas sabiam sobre nossa estrela e a heliosfera.

De acordo com Nicola Fox, diretora da divisão de heliofísica da NASA:

“Nos últimos 45 anos, as missões Voyager foram essenciais para nos proporcionar este conhecimento, e ajudaram a mudar nossa compreensão sobre o Sol e sua influência de formas que nenhuma outra nave poderia.”

Já Linda Spilker, cientista de projeto das Voyager, acrescentou:

“Hoje, conforme as Voyager exploram o espaço interestelar, elas estão levando à humanidade observações de um território desconhecido.”

Desafios técnicos

Por outro lado, com o passar dos anos, a equipe da missão se acostumou a enfrentar os desafios técnicos típicos das naves que já operam há tanto tempo. Recentemente, a Voyager 1 apresentou uma falha que afetava as informações de status de um de seus sistemas de bordo. Mesmo assim, tanto o sistema quanto a nave seguem operando normalmente, e ela segue enviando dados de suas observações científicas.

Cápsulas do tempo

Contudo, as Voyager são verdadeiras cápsulas do tempo. Isso porque ambas possuem um gravador de dados que usa fita magnética de 8 pistas, têm quase três milhões de vezes menos memória que os smartphones modernos e transmitem dados 38 mil vezes mais devagar que uma conexão 5G. Elas levam também discos de ouro com imagens gravadas de seres vivos na Terra, diagramas científicos básicos e sons de nosso mundo.

Por fim, Suzanne Dodd, gerente de projeto das naves no Laboratório de Propulsão a Jato na NASA, recorda que as Voyager já fizeram descobertas incríveis, que inspiraram novas gerações de cientistas e engenheiros, e que ainda há muito por vir.

“Não sabemos por quanto tempo a missão vai continuar, mas temos certeza de que as naves vão proporcionar ainda mais surpresas científicas conforme se afastam da Terra.”

*Foto: Reprodução

Outras postagens

Postagens relacionadas

Últimas postagens

Servidora da Saúde ganha prêmio de inovação e tecnologia

Servidora da Saúde recebeu o reconhecimento da FAPDF que homenageia profissionais que desenvolvem projetos nas áreas científica e tecnológica Uma servidora da Secretaria de Saúde...

Vazamento de ar na ISS: NASA e Rússia ainda não entraram em acordo

Vazamento de ar na ISS ainda carece de solução; e a NASA teme que o grave incidente leve a uma falha catastrófica de parte...

Transplante com células-tronco: É possível restaurar a visão?

Um transplante com células-tronco foi capaz de restaurar a visão de três pessoas. Para chegar a esta realidade, um estudo foi elaborado por cientistas...