Investimento em inovação é uma realidade apenas para 50 companhias que atuam no Brasil, segundo mapeamento da Fundação Dom Cabral, e que possuem perfil para Corporate Venture Capital
De acordo com a premissa do Corporate Venture Capital (CVC), investimento em inovação no longo prazo demanda recursos, planejamento e, principalmente, o comprometimento da alta gestão.
Investimento em inovação no Brasil
Em relação ao Brasil, o investimento em inovação é um modo concreto. Porém, ele requer caixa e disponibilidade para assumir riscos. É o que revela um levantamento da Fundação Dom Cabral (FDC). A instituição mapeou o perfil do CVC no país e contatou que essa prática ainda é para poucas companhias que atuam por aqui.
Além disso, foram identificadas pela FDC, que apenas 50 companhias possuem perfil para CVC no Brasil. Isso inclui faturamento acima de R$ 1 bilhão e uma taxa de retorno mínima de 10% mediante alocação de capital em startups. Hugo Tadeu, professor e diretor do núcleo de inovação e empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, afirma:
“O CVC, definitivamente, não é para pequenas empresas dada a complexidade e a energia necessária para direcionar a esse tipo de relação entre empresas e startups.”
Ele ainda complementou:
“Muitas empresas têm buscado a prática do CVC para inovar ainda mais, destacando a opção pela ruptura tecnológica. No entanto, as nossas pesquisas sugerem que esta atividade ainda é restrita para grandes empresas, com faturamento alto e equipes dedicadas, como primeiro resultado interessante. Na sequência e antes de pensar no tema, reflita o quanto a sua organização tem uma gestão adequada das práticas de inovação, passando por P&D, estratégia corporativa alinhada aos objetivos inovadores e resultados concretos. Finalmente, muita atenção ao selecionar startups, destacando um bom nível de maturidade e visão de longo prazo.”
Atuação junto a startups
Por outro lado, o estudo mostrou também que há um baixo nível de maturidade de algumas das startups analisadas. E isso apesar de considerar que o Brasil possui um dos ecossistemas mais sofisticados da região. Tadeu alerta aqui que há dois desafios: encontrar startups maduras em vários aspectos; e a própria compreensão das grandes empresas sobre o que o CVC.
“Neste contexto, a principal tendência é o retorno ao básico. Antes de pensar na inovação de ruptura tecnológica e estruturar uma agenda do CVC, tenha uma inovação organizada na sua empresa, trazendo resultados e indicadores de sucesso.”
Empresas que mais investem em startups no Brasil
Já o estudo da Sling Hub revela que a Magazine Luiza foi a companhia que mais adquiriu startups na América Latina nos últimos anos. Na sequência, aparecem: o Mercado Livre, B2W, Locaweb e Méluiz.
Além disso, a pesquisa reuniu informações de 24,5 mil startups e 656 investidores na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai. No montante, a Magazine Luiza comprou 25 startups nos últimos anos, seguida por Linx, 17, Locaweb, 16, iFood, 13, B2W, 11, Vtex, 9, Méliuz, 7 e Mercado Livre, 7.
*Foto: Unsplash