Projeto InRad realizou 377 atendimentos clínicos em crianças, idosos e pacientes crônicos no início de maio
Em meados de maio, ocorreu uma parceria entre o Instituto de Radiologia do HCFMUSP (InRad) com o SESAI Mais Saúde Indígena e a ONG Xingu + Catu. Sendo assim, médicos do instituto conseguiram realizar 377 atendimentos clínicos em crianças, idosos e pacientes crônicos. Além de 125 exames de ultrassom, em comunidades indígenas do Alto do Xingu. E o melhor de tudo: os indígenas não precisaram sair de suas casas.
Propósito do projeto InRad
O mote da ação é justamente viabilizar o atendimento de pessoas com dificuldade de locomoção, e permitir que estas populações fossem atendidas por médicos especialistas, que são voluntários nesta causa tão importante.
É o que explica o médico Marcos Menezes, diretor do Serviço de Radiologia Intervencionista do InRad, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e do Hospital Sírio Libanês. Ele conta que essas ações foram iniciadas há um ano, com a realização de exames de ultrassom em comunidades ribeirinhas do Tapajós (PA), por meio das expedições da ONG Zoé.
Para o especialista “é uma alegria poder levar a essas comunidades a alta tecnologia do ultrassom, a mesma utilizada no Hospital das Clínicas”. Ele disse ainda que esta foi a primeira expedição nesta região e que pretendem ampliar os atendimentos, assim como o acesso a outras comunidades. Apesar de não ser uma tarefa fácil, o médico diz que os primeiros resultados já aparecem e que “beneficiam os locais mais remotos e de difícil acesso”.
Vale destacar que para chegar às aldeias do Polo Base Leonardo Villas Boas, no Alto Xingu, o caminho foi longo e incluiu: pegar balsa, barco, carro e seguir um trecho a pé.
Projeto OpenCare 5G
A realização de exames remotos ocorrem por meio da tecnologia OpenCare 5G. Esta é uma iniciativa do InovaHC, núcleo de inovação do Hospital das Clínicas. Pela implementação desta rede, profissionais da saúde conseguem prestar atendimento no meio da floresta, com o auxílio de equipamentos de ultrassom conectados à rede 5G. Além disso, também é possível fazer um diagnóstico imediato com seus pares de São Paulo. A quinta geração móvel também liga a tecnologia à capacitação de técnicos da saúde por meio de uma plataforma de educação continuada digital.
Open RAN
Em 2021, o conceito Open RAN (do inglês Open Radio Access Networks ou Rede de Acesso de Rádio Aberto) foi anunciado. Trata-se de uma tecnologia aberta e desagregada, com a função de acelerar a implantação do 5G a custos mais baixos do que o modelo tradicional — usado na indústria de telecomunicações.
O projeto é coordenado pela Deloitte e tem a participação do Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, Telecom Infra Project (TIP), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).