Exploração espacial utiliza submarinos que recriam o isolamento e o confinamento que astronautas enfrentam no espaço
O projeto SubSea, expedição que faz parte de uma iniciativa da Agência Espacial Europeia (ESA), da agência espacial portuguesa e da Marinha do país, vêm utilizando submarinos com a finalidade de recriar o isolamento e o confinamento que astronautas enfrentam no espaço. E a primeira tripulação do projeto retornou à superfície na última segunda-feira (16) após 60 dias em uma expedição submarina.
Exploração espacial por meio de submarinos
O projeto de exploração espacial envolve pensar como o corpo e mente se adaptaram à missão. Neste caso, os cientistas usaram questionários e coletaram amostras de cabelo e de saliva. Os resultados obtidos devem ajudá-los a monitorar o cortisol e outros marcadores de estresse, e também apontar mudanças na imunidade da tripulação dos 25 voluntários.
A sequência do experimento abrange pesquisadores de universidades da Alemanha, Itália e Portugal que analisam como o estresse, humor e dinâmica mudou entre os membros da missão, que passaram vários dias em espaços muito apertados. Estes, por sua vez, são bem parecidos com aqueles que os astronautas encontram nas missões espaciais.
Replicar ambientes
Por outro lado, se o objetivo é aplicar esses ambientes, o uso de submarinos é mais eficaz. Isso porque eles conseguem recriar o isolamento, confinamento e desafios operacionais das missões espaciais. Portanto, estes veículos são ótimos para o estudo de como tais condições prejudicam a tripulação e os mecanismos que eles desenvolvem para enfrentá-las.
Relatos
De acordo com o astronauta da ESA que passou seis meses na órbita da Terra, Andreas Mogensen, o estudo sobre a vida e o trabalho em ambientes confinados, como mar, espaço ou locais remotos na Terra, revela lições de valor imensurável sobre como os humanos se adaptam física e mentalmente ao isolamento e estresse.
Preparação da comunidade espacial global
Por fim, Daniel Neuenschwander, Diretor de Exploração Humana e Robótica da ESA, revela que tais esforços aprofundam o modo como compreendemos os ambientes extremos e que desempenham um papel fundamental na preparação da comunidade espacial global para os desafios de futuras missões à Lua e Marte.
Fonte: Foto de Hashmii na Freepik