Camila Aichinger conta como trouxe a inteligência artificial para sua carreira, considerando seus anos de atuação no mercado financeiro
De acordo com especialistas e estudos de diversos setores, a inteligência artificial (IA) vem se tornando um dos ativos essenciais para profissionais e empresas. Apesar de os setores enfrentarem resistência dos colaboradores para inserir a IA em suas funções, essa ferramenta é apontada como um recurso importante para otimizar processos, agilizar tarefas repetitivas e economizar tempo e recursos.
Uma pesquisa global recente realizada pela IBM apontou que 41% das empresas brasileiras utilizam alguma inteligência artificial em seus processos. Ainda que a IA já seja uma realidade no ambiente corporativo, gestores e executivos podem enfrentar desafios para que esse recurso seja utilizado como uma ferramenta de apoio, e não apenas como solução para problemas críticos.
De acordo com a executiva Camila Aichinger o uso de inteligência artificial não está relacionado apenas ao desempenho. “A adoção de IA no ambiente corporativo não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas também uma oportunidade estratégica. Vejo a IA como um pilar que pode acelerar o alcance de resultados, desde que seja integrada à cultura da empresa e à capacitação da equipe”, completou ela.
Executivos e IAs
Popularmente conhecida como inteligência artificial, ou IA, tecnologias como o ChatGPT são exemplos de machine learning (ML), que se concentram na construção de sistemas capazes de aprender e melhorar seu desempenho com base nos dados que consomem, seja por meio de materiais disponíveis na internet ou dúvidas e solicitações enviadas pelos usuários.
Nesse contexto, os executivos podem explorar o recurso na rotina profissional. A revisão humana e a análise estratégica permanecem indispensáveis. O foco está em como a IA pode gerar, por exemplo, impactos significativos no EBITDA, métrica utilizada para avaliar a situação financeira de uma empresa.
Além da automação de tarefas, a IA pode ser utilizada para previsões de mercado e identificação de oportunidades em diversos setores. Embora os executivos ainda precisem basear sua análise preditiva em dados concretos e em sua expertise, tecnologias generativas podem auxiliar na identificação de padrões, erros e vantagens competitivas.
Vantagens e desafios da IA
Entre os efeitos positivos da inteligência artificial na rotina corporativa estão: aumento da eficiência, redução de custos, diminuição de erros e otimização de serviços e produtos. Com esses ganhos, analistas, gestores e executivos conseguem direcionar seu foco para atividades de maior valor agregado, o que não substitui, mas amplia o potencial humano.
A pesquisa da IBM citada anteriormente constatou que 30% das empresas utilizam IA para automação de processos. Apesar disso, estudos indicam que existe resistência das equipes, além da dificuldade de encontrar talentos e capacitar colaboradores para que todos consigam utilizar os novos recursos.
Sobre os benefícios, Camila Aichinger explica que “a verdadeira vantagem da IA está em liberar tempo dos profissionais para atividades mais estratégicas. Em nossa empresa utilizamos IA para tarefas repetitivas e identificação de padrões em grandes volumes de dados. Isso nos permite redirecionar nossos esforços para projetos que criem mais valor, como estratégias personalizadas para nossos clientes”.
Por onde os executivos podem começar?
A IA representa um avanço tecnológico e, como outros que surgiram ao longo dos anos, os desafios fazem parte do processo de adaptação. Para aplicar a inteligência artificial em sua rotina, os executivos podem começar avaliando tipos de IA que façam sentido para seu setor de atuação.
O investimento nessa tecnologia precisa estar alinhado aos objetivos da empresa. Estudos sobre IA indicam que sua melhor estruturação deve caminhar lado a lado com a operação do negócio e a estratégia corporativa.
Executivos e empresas que compreenderem o valor desse ativo podem ganhar fôlego em um mercado cada vez mais competitivo. Há pouco mais de quatro anos, reuniões online e o modelo de trabalho remoto pareciam cenários impensáveis. Da mesma forma, as inteligências artificiais criaram uma ruptura que exige atualização no mercado de trabalho.
“Acredito que a IA será tão fundamental para os negócios quanto os ERPs são hoje. Executivos precisam começar pequenos, integrando soluções específicas que atendam suas principais dores operacionais, mas com uma visão clara de longo prazo. O segredo é alinhar a implementação tecnológica com a estratégia corporativa para maximizar o retorno sobre o investimento”, finaliza Aichinger.
Biografia de Camila Aichinger
Camila Aichinger é mestre em Economia pela FGV e possui mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro. Atuou como CEO e COO da Caixa Seguridade, liderando a reestruturação da empresa, processos de fusões e aquisições (M&A) e o IPO que captou R$5 bilhões. Na Caixa Econômica Federal, ocupou cargos de liderança em Varejo, Corporativo, Construção Civil, Alta Renda, Marketing e Seguros.
Aichinger também foi conselheira de administração em diversas empresas de seguros e integrou o Conselho Diretor da CNSeg, destacando-se em governança corporativa. Atualmente, é sócia de uma holding financeira, participando de estratégias nas áreas de asset management, wealth management e M&A, com foco em transformações organizacionais e geração de valor para acionistas.
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