Diagnóstico de Alzheimer poderá ser detectado por exame de sangue

Diagnóstico de Alzheimer

Diagnóstico de Alzheimer terá apoio de farmacêuticas como a Roche, em conjunto com a Eli Lilly

A gigante farmacêutica suíça Roche anunciou no último dia 22 que planeja desenvolver um exame de sangue para detecção da doença de Alzheimer em conjunto com a empresa americana Eli Lilly. Com o intuito de uma rápida aprovação dos EUA, as empresas correm para criar e vender os primeiros medicamentos destinados a retardar o declínio cognitivo progressivo causado pela doença incurável.

Diagnóstico de Alzheimer

Além disso, a Eli Lilly trabalhará com a Roche para desenvolver um diagnóstico de Alzheimer por meio de um exame de sangue para detectar os estágios iniciais da doença.

Chamado Elecsys Amyloid Plasma Panel, o teste mede os níveis de uma determinada proteína no sangue que tem sido associada ao início da doença de Alzheimer.

Apesar de não ser um teste independente, pois para isso seriam necessários mais testes confirmatórios, a Roche disse que ele acelera o processo de diagnóstico e ajudaria assim a direcionar as pessoas para os recursos mais apropriados.

Teste negativo

Por outro lado, como a doença de Alzheimer possui um conjunto de sintomas similar a outras causas de demência, um teste negativo, neste caso, é útil. Isso porque pode ajudar muitas pessoas a evitar os testes caros e invasivos usados ​​para confirmar a doença de Alzheimer.

Segundo o executivo-chefe da Roche Diagnostics, Matt Sause, a empresa está animada por trabalhar com a Lilly em “uma área tão importante de necessidades médicas não atendidas”. E ainda ressaltou que o teste possui o potencial de agilizar a jornada de uma pessoa até o diagnóstico. Portanto, pode acelerar o acesso a tratamentos futuros.

Não há cura

Contudo, é preciso ter em mente que a doença não tem cura e, até recentemente, não havia tratamento para retardar a progressão do Alzheimer. Nos Estados Unidos, o FDA aprovou de modo controverso o aducanumabe da Biogen, vendido como Aduhelm, em 2021. Os dados clínicos que sustentam a decisão foram fortemente criticados, assim como a adesão do FDA ao protocolo ao aprová-lo. Na ocasião, a agência deu luz verde ao lecanemab, vendido como Leqembi e produzido pela Biogen e pela Eisai do Japão, em janeiro, apesar do acesso ser limitado.

Todavia, ambos os tratamentos são anticorpos monoclonais que visam um tipo de proteína que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer. Porém, como buscam retardar a progressão, a detecção precoce pode ser essencial e ajudará a preservar o máximo possível do funcionamento do cérebro.

Por outro lado, eles são incrivelmente caros, requerem administração intravenosa frequente e, na melhor das hipóteses, parecem retardar apenas modestamente o declínio mental.

Futuras drogas de Alzheimer

Futuras drogas de Alzheimer com alvos semelhantes – a Lilly está nos estágios finais de um estudo clínico para uma – provavelmente também se beneficiarão de uma intervenção precoce.

Agora, a Roche e a Lilly estão buscando a aprovação regulatória dos EUA para o teste. Eles pretendem enviar dados de estudos clínicos em 2025. Bruce Jordan, líder de soluções de saúde personalizadas da Roche Diagnostics, contou isso à Reuters. Até lá, a Roche disse que recrutará várias centenas de voluntários com sinais precoces de demência para testar o tratamento e coletar dados.

Alzheimer

A doença de Alzheimer é um distúrbio cerebral progressivo marcado pela lenta erosão das habilidades cognitivas e da memória. É o tipo mais comum de demência, uma categoria ampla usada para descrever condições ligadas ao declínio cognitivo e é principalmente, embora não exclusivamente, uma condição que afeta adultos mais velhos.

Por fim, apesar dos avanços feitos nos últimos anos, há muito que não se sabe sobre a doença de Alzheimer. Os cientistas ainda não estão resolvidos sobre sua causa ou por que aparece com mais frequência à medida que envelhecemos.

*Foto: Reprodução/Unsplash (Robina Weermeijer)

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