Startup detecta câncer de mama precocemente por meio de IA

Startup detecta câncer de mama

Startup detecta câncer de mama precocemente por meio de um sensor infravemerlho; e a Linda Lifetech levantou R$ 8 milhões para tornar as mamografias mais assertivas

O câncer de mama é o câncer que mais mata mulheres no mundo. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), apenas neste ano, estima-se que 66.280 novos casos da doença sejam diagnosticados no Brasil.

Além disso, as mamografias são o principal método para diagnóstico do câncer de mama atualmente. Porém, funcionam melhor em mulheres acima dos 40 anos.

Antes desse período, as mamas são mais densas e a detecção pelo mamógrafo é mais difícil. Portanto, isso gera um maior número de erros nos resultados, além da exposição desnecessária à radiação.

Novas tecnologias têm se tornado uma esperança na luta contra o câncer. É como o caso da técnica criada pelo Dr. Marc Abreu, que através da indução de proteínas de choque térmico, causou remissão total de câncer em um paciente terminal.

Startup detecta câncer de mama

Pensando nisso, e aliado à inteligência artificial, uma startup detecta câncer de mama por meio de um sensor infravermelho. Sendo assim, ao fazer um diagnóstico precocemente por este método, causa menos incômodo do que uma mamografia, por exemplo.

Esta é a proposta da Linda Lifetech, startup fundada em 2017, pelos empreendedores Luis Renato Lui, Rubens Mendrone, Rodrigo Victorio e Raquele Rebello.

Vale reforçar, que com o advento de novas tecnologias, também já é possível detectar e prever o retorno de um câncer, segundo estudo inédito do Royal Marsden NHS Foundation Trust, do Instituto de Pesquisa sobre o Câncer, de Londres.

Como funciona o equipamento da Linda Lifetech

Mendrone, que já foi executivo da IBM, apresentou o projeto durante um hackaton da empresa. A ideia da Linda é capturar a imagem da mama da paciente por meio de um sensor infravermelho e enviá-la a um servidor na nuvem.

Em seguida, com ajuda de inteligência artificial, a imagem é comparada com um banco de dados, que conta com mais de 5 milhões de informações, em busca de indícios de lesões cancerígenas.

Segundo Rubens Mendrone:

“Avaliamos questões como hipervascularização e contraste de temperatura, por exemplo. Quanto mais a ferramenta for utilizada, mais dados ela terá e o diagnóstico será cada vez mais aprimorado.”

Mais de 12 mil exames

Desde sua criação a Linda já realizou mais de 12 mil exames. Hoje, conta 14 clientes, majoritariamente da rede pública, como redes de saúde do Maranhão, São Caetano do Sul (SP) e Goiana, no interior de Pernambuco. E também realizou parcerias com ONGS, como a Associação Mulheres de Peito. Sobre isso, Luis Renato Lui afirma:

“Mais de 80% das mamografias dão resultados negativos, enquanto isso diversas cidades não têm mamógrafos. Essa falta de assertividade gera um gargalo para o sistema público, que já não dá conta de atender todo mundo.”

Complemento aos mamógrafos

Entretanto, a ideia da startup é ser uma tecnologia complementar aos mamógrafos, reforça Luis.

“Não queremos acabar com as mamografias, mas sim contribuir para que elas sejam feitas quando, de fato, é necessário. O que entregamos são achados suspeitos para acelerar o processo de diagnóstico e aumentar as possibilidades de cura.”

Comodato

Além disso, a Linda não cobra pelo equipamento. Ele é entregue aos clientes em forma de comodato. Já sua monetização vem da cobrança de uma franquia, que dá direito a 220 exames por mês. Luis explica que é como se fosse um serviço de TV por assinatura.

Investimentos

Até o momento, a Linda Lifetech captou em torno de R$ 8 milhões em investimento com fundos familiares. E agora está prestes a fazer uma nova rodada de investimentos, prevista para levantar R$ 20 milhões. No entanto, os planos são ambiciosos e incluem até abertura de operações fora do Brasil.

“O câncer é um problema global. Já recebemos convites para participar de feiras no Canadá e na França. Mas o mercado de saúde é bastante regulado, não dá para fazer MVP. Estamos caminhando e isso deve ser algo de longo e médio prazo.”

*Foto: Reprodução

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