Cultivar de uva própria resulta em uma boa produção
A produção de vinhos é uma das atividades mais tradicionais na Região Sul do país. Entretanto, a fabricação de bons vinhos depende, e muito, da qualidade da uva utilizada como matéria-prima. Sobre isso, o ministro da Agricultura e do Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, estará lançando durante a Expointer 2001, em Esteio (RS), a BRS Lorena, cultivar desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adaptada à região da Serra Gaúcha, sendo uma alternativa a elaboração de vinhos espumantes.
Cultivar de uva própria
A BRS Lorena, desenvolvida pela Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves-RS) é uma cultivar de médio vigor e alta fertilidade. Geralmente apresenta dois cachos por broto, tem hábito de crescimento ereto e brotação relativamente precoce. Outra vantagem da nova cultivar de uva própria é a boa resistência em relação às doenças fúngicas. Na Serra Gaúcha, por exemplo, apresenta baixa incidência de antracnose.
Além disso, a nova cultivar foi obtida a partir do cruzamento entre Malvasia Bianca e Seyval, realizado em 1986. Entre 1991 e 1995, foi avaliada, demonstrando, no período, grande potencial produtivo, sanidade e qualidade. Em 1994, a BRS Lorena foi propagada para avaliação semi-comercial em cooperativas da região de Bento Gonçalves (RS). E diante dos resultados obtidos na primeira vinificação, foram implantadas parcelas para validação em três propriedades de viticultores da Serra Gaúcha.
Para o sommelier Luciano Mestrich, os vinhos brasileiros, o que também contempla a região Sul, conta com uvas bastante selecionadas. E isso faz do Brasil um país cada vez mais premiado pelos seus rótulos de vinhos.
Características enológicas
Prova disso é que o vinho branco de mesa elaborado com a BRS Lorena, vinificada pelo sistema clássico de elaboração em branco, produz vinhos com Ph em torno de 3,4, cor amarelo-palha, com reflexos esverdeados. O vinho pode ser consumido até 24 meses após o seu engarrafamento, com qualidade máxima entre o quarto e o 16º mês. Por sua vez, o vinho espumante elaborado pelo processo Asti apresenta cor amarelo-palha, espuma resistente e espessa. Suas qualidades são conservadas até 18 meses após o engarrafamento, mas com período de máxima expressão compreendido entre o quarto e o décimo mês.
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